A regulamentação existente em vigor,
no que respeita às condições térmicas, é apresentada no REH - Regulamento de Desempenho
Energético dos Edifícios de Habitação (Decreto-Lei nº 118/2013, de 20 de
agosto).
O REH aplica-se a cada uma das frações
autónomas (corpo a corpo) de todos os novos edifícios de habitação, no que
respeita a edifícios de comércio e serviços aplica-se o RECS – Regulamento de
Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio e Serviços (Decreto-Lei nº
118/2013, de 20 de agosto).
O estudo térmico aqui apresentado
pretende quantificar, por fração independente, as necessidades nominais anuais
de energia útil para a edificação, de aquecimento (Nic), arrefecimento (Nvc), e
energia para preparação de águas quentes sanitárias (Qa), e comparar o seu
valor com as necessidades nominais máximas admissíveis (Ni, Nv). Neste estudo,
são ainda comparados os valores das necessidades nominais anuais globais de
energia primária (Ntc) com os seus respetivos valores máximos admissíveis (Nt).
Com base no REH, para os elementos
opacos, as perdas de calor de Inverno e os ganhos de Verão são calculados com
base nos coeficiente de transmissão térmica e na sua cor, do lado exterior. No
caso dos envidraçados, para além do coeficiente de transmissão térmica,
interessa analisar o fator solar máximo admissível (gT máx).
O fator solar é sobretudo importante
em envidraçados cujas fachadas possuam uma orientação entre Nascente e Poente
ou no caso de serem horizontais (claraboias). De Inverno, um elevado fator
solar pode ser vantajoso, já que contribui para um aumento da temperatura
interior do edifício, mas de Verão, um elevado fator solar aliado a uma
orientação com fortes ganhos solares, pode contribuir para um sobreaquecimento
interior que pode originar gastos excessivos de energia nos sistemas de
arrefecimento. A minimização deste efeito, que pode ser extremamente
desfavorável de Verão, pode ser conseguida de forma passiva (sem gastos de
energia para arrefecimento), e de forma bastante eficiente, através da
colocação de elementos de sombreamento exteriores.
Outro aspeto com importância, em especial de Inverno ,
são as pontes térmicas. Para efeitos de cálculo térmico regulamentar, a
existência de pontes térmicas agrava apenas a transmissão térmica, mas, por
exemplo de Inverno a sua existência, para além de provocar maiores perdas de
calor, é uma potencial fonte de ocorrência de condensações, em especial em
compartimentos com humidades relativas mais elevadas.
Pelo exposto o REH impõe o cumprimento
dos seguintes requisitos:
Os coeficientes de transmissão térmica
dos elementos da envolvente exterior e da envolvente interior U (W/m2.ano) não
podem ser superiores aos máximos admissíveis para as zonas climáticas que se
indicam no quadro 1.
Elemento da envolvente
|
Zona Climática
|
||
I1
|
I2
|
I3
|
|
Elementos
exteriores em zona corrente
|
|||
Zonas
opacas Verticais
|
1,75
|
1,6
|
1,45
|
Zonas
opacas horizontais
|
1,25
|
1
|
0,90
|
Elementos
interiores em zona corrente
|
|||
Zonas
opacas Verticais
|
2
|
2
|
1,9
|
Zonas
opacas horizontais
|
1,65
|
1,30
|
1,2
|
Quadro 1: Coeficientes de transmissão térmica
superficiais máximos admissíveis de elementos opacos
No caso das pontes térmicas planas, os
seus coeficientes de transmissão térmica são limitados ao dobro dos
coeficientes de transmissão térmica da zona corrente ou menor ou igual a 0,9
W/m2.ºC.
U2≤2xU1
Os fatores solares dos vãos
envidraçados com mais de 5% da área útil do espaço que servem, quando os
sistemas de sombreamento estão 100% ativos, não podem ultrapassar os máximos
admissíveis indicados no quadro 2.
Classe de inércia térmica, fator solar
|
Zona Climatica
|
||
V1
|
V2
|
V3
|
|
Fraca
|
0,15
|
0,10
|
0,10
|
Média
|
0,56
|
0,56
|
0,50
|
Forte
|
0,56
|
0,56
|
0,50
|
Quadro 2: Fatores solares máximos admissíveis de vãos
envidraçados com mais de 5% da área útil do espaço que servem:
Para além da análise individualizada
dos parâmetros acima indicados, na perspetiva do REH, deverá existir, por
fração independente, uma análise térmica constituída por uma estimativa de
consumos potenciais de energia útil, conforme se apresenta de forma resumida na
FICHA N.º 1 ou de forma mais detalhada nas folhas de cálculo.
joaof_almeida@hotmail.com
jcaespacos@gmail.com
967195505
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